A tecnologia de pistas de corridas nas Olimpíadas de Tóquio está polemizando por “facilitar quebra de recordes”, além de alguns atletas estarem utilizando “supercalçados”.
A influência nos resultados está sendo debatida devido a novos três recordes que foram quebrados nesta Olímpiada, que começou há pouco tempo.
De acordo com Simon Gleave, chefe de análise esportiva da Nielsen Gracenote, basta apenas mais três marcas novas para que esses sejam os Jogos Olímpicos com maior quebra de recordes desde Montreal, em 1976.
Como é a tecnologia de pistas de corridas na Olimpíadas de Tóquio
Andrea Vallauri foi quem projetou a pista atual, e em sua entrevista ao jornal britânico Guardian, afirmou que a pista proporciona “absorção de choque e algum retorno de energia”.
Como resultado, se trata de uma pista com efeito “trampolim”, que segundo o projetista, dá um ganho de 1 a 2% aos atletas.
Assim, as pistas de corridas são as mais rápidas da história:
“Nós aprimoramos essa combinação, e é por isso que temos visto o atletismo melhorar sua performance”
Andrea Vallauri
Foram adicionados grânulos de borracha à pista de 14 milímetros, além de sua última camada, que conta com um design hexagonal.
Esse design hexagonal também é um chamativo da pista, uma vez que é capaz de reter pequenos bolsões de ar.
Segundo a campeã que quebrou o recorde nos 400 metros com barreiras, Sydney McLaughin, a pista dá energia ao atleta de volta, sendo capaz de o empurrar e o projetar para frente.
Apesar da pista ter algumas opiniões divididas, a maior polêmica também está nos “supercalçados”.
Supercalçados: a maior polêmica para atletas
Os “supercalçados” são sapatilhas ultraleves, onde há uma placa rígida e uma camada de espuma, responsáveis por dar uma sensação de impulso a cada passada do atleta.
Os calçados foram inicialmente desenvolvidos pela Nike, mas críticos afirmam que esse novo tipo de calçado é uma espécie de “doping tecnológico”.
Rai Benjamin terminou em segundo, porém bateu recordes antigos e foi alvo de críticas de Karsten Warholm, que ganhou o primeiro lugar na prova de 400 metros com barreira.
“Ele tinha aquele negócio no calçado, que eu odeio. Não entendo por que alguém poderia colocar algo abaixo do sapato de corrida. Acho que tira a credibilidade do nosso esporte”
Karsten Warholm
Enquanto isso, a tecnologia também conta com opiniões positivas, onde a invenção teria revolucionado um setor estagnado.
Fonte: BBC
Imagem em destaque: Foto/Reprodução Reuters