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China criou “sol artificial” que atinge 150 milhões de graus com objetivo de fusão nuclear

Em dezembro do ano passado, as autoridades chinesas anunciaram que um reator está em funcionamento para gerar energia por fusão nuclear: o reator chamado HL-2M Tokamak está em Chengdu, no sudoeste da China.

O equipamento foi chamado de “sol artificial” por gerar temperaturas de 150 milhões de graus, sendo que o núcleo do sol atinge cerca de 15 milhões.

Essas altíssimas temperaturas são necessárias para obter a fusão nuclear, a fim de produzir energia limpa e quase inesgotável.

De acordo com entusiastas em busca da sustentabilidade, a fusão nuclear será capaz de deixar para trás o uso de combustíveis fósseis por meio da queima.

Segundo a Companhia Nacional Nuclear da China (CNNC), o país deverá desenvolver um reator de fusão experimental ainda este ano, para que seja construído um protótipo industrial até 2035.

Apesar do protótipo ser construído até 2035, o uso comercial em larga escala deverá somente em 2050, de acordo com a empresa.

Fusão nuclear: entenda a tecnologia por trás do reator

Um tokamak funciona como uma câmara a vácuo em formato de anel, onde o gás se transforma em plasma para iniciar a fusão.

Para que possa se transformar em plasma, o gás deverá passar por um processo de calor e pressão extremos.

De acordo com informações da Companhia Nacional Nuclear da China, o HL-2M é o tokamak mais avançado do país, processando mais que o dobro de massa em comparação a outros equipamentos chineses.

Sol artificial e a tecnologia ITER

O sol artificial é uma plataforma indispensável para que a China possa absorver a tecnologia International Thermonuclear Experimental Reactor (ITER), o maior projeto de fusão nuclear do mundo.

Atualmente, o ITER está sendo construído na França, mas envolve diversos outros países, como:

O projeto tem como objetivo construir um tokamak que produza cerca de 500 MW de energia (capaz de abastecer 200 mil residências ao mesmo tempo), até o ano de 2025.

O HL-2M deverá ser uma contribuição para o funcionamento futuro do projeto, permitindo que os pesquisadores da China se beneficiem com os resultados do ITER, segundo Stewart Prager, pesquisador do Laboratório de Física de Plasma da Universidade Princeton, nos Estados Unidos.


Imagem em destaque: Foto/Reprodução Getty Images

Fonte: Uol