A Voyager 1 detectou um zumbido de plasma no espaço, vindo além da heliosfera e que pode ser entendida como a fronteira do sistema solar.
De acordo com os cientistas, esse zumbido é constante e também composto de gases estelares (conhecidos como ondas de plasma).
“É muito fraco e monótono, porque está em uma largura de banda de frequência estreita”
Stella Koch Ocker, ao Phys.org
Os dados do zumbido de plasma foram enviados lentamente, em uma distância de cerca de 14 bilhões de quilômetros.
Zumbido de plasma
Os responsáveis por examinar os sons vindos da Voyager 1 foram cientistas de uma equipe de astrônomos da Universidade Cornell, nos Estados Unidos.
Segundo os cientistas, essa descoberta permite entender mais sobre como o meio estelar interage com o vento solar.
Além disso, também haverá mais informações sobre como a bolha protetora da heliosfera é moldada e modificada pelo ambiente interestelar.
De onde vem o zumbido?
O Sistema de Ondas de Plasma da Voyager detectou uma série de perturbações no gás após entrar no espaço interestelar.
Entretanto, durante as erupções que são causados pelo Sol em turbulência, os pesquisadores encontraram uma espécie de “assinatura constante e persistente”.
Essa assinatura era produzida pelo vácuo quase tênue do espaço.
“O meio interestelar é como uma chuva tranquila ou suave. No caso de uma explosão solar, é como detectar a explosão de um raio em uma tempestade e depois voltar para uma chuva suave”
James Cordes
Segundo Stella Koch Ocker, há mais atividade de baixo nível no gás interestelar do que o esperado, o que permite um rastreamento da distribuição espacial do plasma.
No entanto, esse rastreamento só é possível quando ele não está sendo perturbado por explosões solares.
Shami Chatterjee complementou, informando que agora os cientistas sabem que não é preciso um evento fortuito relacionado ao sol para medir o plasma interestelar.
Voyager 1
A Voyager 1 é uma das espaçonaves que foram enviadas ao espaço pela National Aeronautics and Space Administration (NASA) em 1977.
De acordo com o cientista da Cornell, Shami Chatterjee, independentemente do que o sol esteja fazendo, a Voyager estará enviando detalhes.
“A nave está dizendo: ‘Esta é a densidade pela qual estou nadando agora’. A Voyager está muito distante e fará isso continuamente”
Shami Chatterjee
Fonte: Olhar Digital
Imagem em destaque: Foto/Reprodução NASA