O Grupo de Pesquisas Astronáuticas (ARG) realizou um levantamento em que estima que os satélites da Starlink devem representar 90% das ameaças de colisões no espaço no futuro.
Essas colisões ou incidentes são com outros objetos espaciais, devido aos detritos espaciais e a quantidade crescente de objetos que são lançados à órbita.
O resultado é que as operadoras de constelações de satélites têm que mover as unidades para evitar aproximações e colisões, para evitar gargalos/quedas de qualidade de conexão ou até mesmo devido ao lançamento de naves e foguetes.
Hugh Lewis é o maior especialista em detritos espaciais na Europa e pertence ao ARG, que publicou diversos dados em seu Twitter.
90% das ameaças de colisões são uma previsão do “Socrates”
O “Socrates” é uma sigla em inglês para o banco de dados “Relatórios de Satélites Orbitais que Avaliam Encontros Perigosos no Espaço”.
O banco de dados é responsável por determinar diversos casos de proximidade inferior a um quilômetro de algum objeto e também monitora a situação, a fim de criar modelos preditivos.
É partir desse modelo que é estimado sobre o lançamento dos 12.000 satélites iniciais da Starlink, onde eles estarão envolvidos em 90% das ameaças de aproximação e colisões.
Os dados observados por Lewis foram a partir de maio de 2019, onde os primeiros satélites da Starlink foram lançados na órbita
“Desde então, o número de encontros registrados mais que duplicou e, agora, estamos em uma situação em que os Starlink são responsáveis por quase metade de todos os encontros”
Hugh Lewis
Para o pesquisador, os satélites da empresa estão envolvidos com 1.600 encontros próximos com outros objetos, se aproximando de outras operadoras, no mínimo, 500 vezes por semana.
Tendência confirmada por outros
Além da ARG, a empresa Kayhan Space também confirmou a tendência, uma vez que trabalhar com um sistema comercial autônomo de gerenciamento do tráfego espacial.
Segundo a empresa, uma operadora responsável por 50 satélites recebe até 300 alertas oficiais de conjunções com outros satélites/detritos, sendo que até dez deles exigem uma manobra de evasão.
Os dados da Kayhan Space são baseados as estimativas em dados da U.S. Space Surveillance Network, uma rede de radares e telescópios que monitora cerca de 30.000 satélites e detritos da Força Espacial dos Estados Unidos.
A União Astronômica Internacional também já havia ressaltado essa possibilidade em abril desde ano, quando o “céu brilhante” estava dificultando o trabalho de observação dos astrônomos.
Por enquanto, ocorreram somente três colisões até o momento, sendo a mais recente em março, onde houve a destruição de um satélite chinês.
Fonte: Canaltech e Olhar Digital
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