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Pegasus: o software de espionagem israelense que foi usado contra jornalistas, ativistas e até políticos

Pegasus é o nome do software de espionagem israelense que foi usado contra jornalistas, ativistas de direitos humanos e até mesmo políticos em pelo menos 45 países.

O software criado pela empresa de tecnologia israelense NSO Group, originalmente foi projetado para rastrear criminosos e terroristas.

Foram grampeados pelo menos 37 celulares, de acordo com a investigação publicada no último domingo (18), realizada pelo “The Washington Post” e outros 16 veículos de comunicação.

Os veículos de comunicação também tiveram a ajuda da Anistia Internacional e da ONG francesa Forbidden Stories.

Software de espionagem israelense teve 50 mil alvos

Supostamente, mais de 50 mil pessoas foram alvo da “operação, que teria começado há cinco anos (em 2016) até o início deste mês.

Os alvos foram membros de famílias reais árabes, funcionários do alto escalão de empresas (65), ativistas de direitos humanos (85), jornalistas (189) e políticos e autoridades governamentais (+600).

Além disso, os relatórios informam que diversos números estão concentrados em 10 países, sendo eles:

Apesar de haver aproximadamente 50 mil alvos, não se sabe efetivamente quantos foram invadidos.

Os peritos confirmaram que apenas neste mês, 35 pessoas tiveram seus celulares comprometidos, 14 tiveram tentativas malsucedidas e 30 seguem com resultado inconclusivo.

Acesso aos dados do aparelho

Entre as funções do software, está acessar os dados do celular (como fotos, e-mails e mensagens de texto), ligar a câmera e também o microfone do celular.

O Pegasus nem sempre precisa enganar o usuário para que ele realize um download para que seja instalado, uma vez que estão em arquivos infectados.

Esses arquivos podem ser enviados por e-mail, aplicativos de mensagens e até por chamadas de voz desses aplicativos, onde o usuário nem mesmo precisa atender a ligação para que os invasores consigam acesso aos dados.

Resposta do NSO

O NSO Group informou em um comunicado no último domingo de que o relatório está “repleto de suposições errôneas e teorias infundadas” e que não pode revelar a sua relação completa de clientes por motivos contratuais e de segurança nacional.

A empresa afirmou que suas ferramentas de software são vendidas apenas a autoridades certificadas e governos, mas não pode controlar como irão utilizar o sistema.

Por fim, o NSO também ameaçou entrar com um processo de difamação contra a organização.


Fonte: R7 e Canaltech

Imagem em destaque: Foto/Reprodução AFP