A NASA divulgou três estudos que mostram o núcleo gigantesco de Marte e mais informações sobre a primeira compilação das observações sísmicas do planeta.
As observações foram realizadas pela sonda InSight, e todos estudos foram publicados na revista científica Science desta semana.
Importância dos estudos
Entender mais sobre as camadas internas de um planeta, como sua crosta, manto e seu núcleo, pode trazer diversas informações relevantes aos cientistas.
Entre essas informações, está dados sobre:
- a formação do planeta;
- a evolução do planeta;
- atividades geomagnéticas;
- atividades tectônicas.
Os estudos que foram publicados nesta semana são os primeiros a mapear o interior de um planeta, além da Terra.
As informações foram sondadas ao medir as ondas que viajam pelo planeta após eventos sísmicos, como os terremotos de Marte (martemotos).
Crosta e manto do planeta vermelho
O primeiro estudo de Brigitte Endrun e seus colegas utilizou os martemotos e o ruído sísmico ambiente: foram criadas imagens da estrutura da crosta do planeta abaixo do local de pouso da InSight.
Como resultado, foram encontradas diversas evidências de uma crosta que é formada por várias camadas, com duas ou três interfaces.
De acordo com os pesquisadores, a espessura média da crosta marciana fica entre 24 e 72 quilômetros.
Já no segundo estudo, os pesquisadores revelaram a estrutura do manto, ao usar ondas sísmicas diretas e refletidas na superfície de oito martemotos de baixa frequência.
A estrutura do manto marciano foi encontrado a uma profundidade de quase 800 km e os resultados do segundo estudo indicam uma litosfera espessa, próxima de 500 km abaixo da superfície.
Além disso, assim como em nosso planeta, provavelmente também haja uma camada de baixa velocidade de propagação de ondas abaixo dessa litosfera.
Para os pesquisadores, a camada crustal de Marte deve ser enriquecida em elementos radioativos que são produtores de calor.
Esses elementos radioativos seriam os responsáveis por aquecer a região, às custas do interior do planeta.
Núcleo gigantesco de Marte
Por fim, Simon Stähler e seus colegas utilizaram tênues sinais sísmicos restantes, que eram refletidos na fronteira entre o manto e o núcleo.
A descoberta foi de um núcleo gigantesco, com um raio de quase 1.830 quilômetros, com mais do que a metade do diâmetro de Marte.
Ele começa na metade do caminho entre a superfície e o centro do planeta, sugerindo que o manto tenha apenas uma camada rochosa.
Por fim, os pesquisadores concluíram em seu estudo que o núcleo de Marte é formado em larga medida por um metal líquido, sendo o núcleo de ferro-níquel menos denso do que se pensava, além de ser mais rico em elementos mais leves.
Fonte: Inovação Tecnológica
Imagem em destaque: Foto/Reprodução IPGP / David Ducros