A JAXA, agência espacial japonesa, deverá tentar identificar indícios de vida em Marte na Lua Fobos através da missão “Martian Moons eXploration (MMX).
A missão foi anunciada em 2015, porém conta com seu lançamento projetado para 2024 e a volta do módulo de retorno para a Terra em julho de 2029.
O pouso em Fobos durante a MMX deverá ocorrer duas vezes, a fim de obter amostras em locais distintos, obtendo materiais de diferentes origens.
Indícios de vida na Lua Fobos
Procurar indício de vida é devido a suposição de que as duas luas de Marte (Fobos e Deimos), contém uma miríade de detritos do próprio planeta que orbitam.
A hipótese sobre a formação de ambas luas é semelhante à origem da nossa: as luas teriam se formado após um grande impacto em seus planetas.
Além disso, a lua Fobos também deve ter recebido muitos fragmentos do planeta vermelho desde a sua formação, pois cada impacto em Marte fez com que pedaços de rocha voassem para o espaço e, consequentemente, também para as suas luas.
A escolha da Fobos ao invés da Deimos é simples: Fobos é a lua mais interna do planeta, e por isso diversos pedaços de rocha marciana devem se misturar no regolito da Lua.
Como resultado, há possíveis “bioassinaturas” no satélite, deixados por uma forma de vida microscópica que existia mesmo que há bilhões de anos.
Essas bioassinaturas devem ser ricas em variedades, pois a lua deve contar com diversas amostras, que vieram de diferentes regiões marcianas.
Fobos é um “laboratório para pesquisadores”
De acordo com simulações numéricas realizadas, a fração de material marciano em meio às camadas mais externas de Fobos deve chegar a 1 milhão de toneladas.
Desse modo, essa lua deverá ser um “laboratório” para os pesquisadores japoneses que procuram pistas de vidas marcianas já extintas.
Os cientistas até mesmo já batizaram as bioassinaturas como SHIGAI, um acrônimo para Sterilized and Harshly Irradiated Genes and Ancient Imprints (ou “restos mortais”, em japonês).
Após recolher as amostras, a nave não tripulada que será utilizada também deverá voar por Deimos diversas vezes e observar mais o planeta vermelho.
Após realizar todos procedimentos, voltará a Terra com os materiais de diferentes épocas e locais de Marte, para que os pesquisadores da JAXA possam analisar.
Fonte: Canaltech
Imagem em destaque: Foto/Reprodução CC0/NASA