A Inteligência Artificial desenvolvida para ajudar no combate de incêndios está sendo criada por cientistas do National Institute of Standards and Technology (NIST), nos Estados Unidos.
A ferramenta, batizada de P-Flash, está contando com resultados promissores em simulações e também em incêndios reais, como no caso dos flashovers.
O flashover ocorre quando os materiais presentes no ambiente se inflamam simultaneamente, com uma súbita mudança de um incêndio progressivo para um generalizado.
Nesse caso, a P-Flash previu corretamente os flashovers um minuto antes para cerca de 86% dos incêndios simulados, por exemplo.
Inteligência artificial desenvolvida para ajudar no combate de incêndios em simulações
O P-Flash é capaz de considerar dados de temperatura dos detectores de calor que estão instalados em edifícios comerciais e residenciais, mesmo após começarem a falhar.
Além disso, os pesquisadores também aplicaram o aprendizado de máquina, onde os algoritmos descobrem os padrões em grandes conjuntos de dados.
Para construir a ferramenta, os cientistas alimentaram os algoritmos com dados de temperatura, estes fornecidos por detectores de calor em um incêndio.
Foram utilizados dados de uma casa de três quartos e um andar, porém as construções não eram físicas, pois o aprendizado de máquina exige grandes quantidades de informações, não sendo viável testes de incêndio reais em grande escala.
Foi utilizado o Modelo Consolidado de Transporte de Fogo e Fumaça, um programa de modelagem de incêndio que já foi validado por experimentos reais.
Na primeira etapa, foram executadas 5.041 simulações, com variações leves, mas críticas entre cada uma, simulando diversas situações.
Logo após, os registros simulados foram divididos de modo que o algoritmo aprendesse com um conjunto de 4.033 experimentos, mantendo os outros fora de vista.
Após ajustes, a P-Flash previu corretamente os flashovers um minuto antes para cerca de 86% dos incêndios simulados.
Testes com informações reais
A equipe também trabalhou com informações reais devido a um estudo recente financiado pelo National Institute of Justice.
O Underwriters Laboratories (UL) realizou 13 experimentos de incêndio em uma casa estilo rancho, onde as fontes de ignição e de ventilação também variaram a cada incêndio.
Com a ferramenta, os resultados mudarem um pouco quando tentaram prever flashovers com até 30 segundos de antecedência.
Apesar do um bom desempenho em áreas abertas, em ambientes mais fechados o modelo quase nunca sabia quando o flashover ia ocorrer.
A queda na precisão pode ter ocorrido devido ao “efeito de fechamento”, fenômeno que ocorre quando o fogo queima em espaços pequenos/fechados e o calor tem pouca capacidade de se dissipar, subindo a temperatura rapidamente.
Fonte: Correio Braziliense
Imagem em destaque: Foto/Reprodução NIST